Cemig de Passanezi: enquanto Juca Abdalla lucra, o povo fica às escuras



Cemig de Passanezi: enquanto Juca Abdalla lucra, o povo fica às escuras

Na entrevista publicada em O Tempo, no último dia 14 de junho, o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, alardeia um plano de investimentos de R$ 59 bilhões até 2029, que seria, segundo ele, o “maior da história da empresa”. Mas basta pisar fora dos muros da empresa para notar que os supostos “resultados históricos” não se confirmam no cotidiano da população mineira e muito menos nas condições de trabalho impostas aos eletricitários.

Se há tanto investimento em infraestrutura, por que aumentam as denúncias relacionadas a piora do serviço prestado pela estatal, com maior frequência de indisponibilidade de energia elétrica e demora no restabelecimento do fornecimento? Só em 2025, a gestão Passanezi enfrentou duas audiências públicas, uma em Curvelo e outra na Serra do Cipó, com críticas de prefeitos, moradores e vereadores devido à piora do serviço. Na última foi mencionada falta de energia elétrica por três dias, em pleno réveillon, ocasionando grandes prejuízos aos comerciantes locais.  Nas duas ocasiões, os representantes da empresa usaram o mesmo discurso genérico da “política de investimentos”.

A verdade, no entanto, aparece nos bastidores: trabalhadores denunciam que as empreiteiras contratadas para executar obras “abandonam os projetos”, termo utilizado pelos trabalhadores do quadro próprio após o comissionamento das referidas obras, diante de tantas não conformidades e fragmentos do projeto inconclusos, impossibilitando o funcionamento integral das subestações. A subestação Serrano, em BH, é um desses locais e opera com menos da metade de sua capacidade, apesar de gerar reajuste na tarifa.

Enquanto isso, o que se vê é o subdimensionamento do quadro próprio, a precarização do trabalho terceirizado, o fechamento de 54 bases operacionais em 2019, que agravaram o tempo de resposta nas emergências, e a perda de indicadores fundamentais, como o DEC.

A própria “nova política” para áreas rurais, como a Cemig Agro, nada mais é que uma reedição de estruturas desmanteladas pela atual gestão. Ou seja, a estratégia é precarizar para privatizar, com uma gestão voltada ao mercado, alheia às necessidades da população. Dessa forma, o valor de mercado da Cemig sobe às custas do sucateamento interno e da maximização de dividendos para acionistas, dentre eles, Juca Abdalla, maior acionista privado na Companhia.

Não podemos aceitar calados a tentativa de mascarar a precarização com discursos sobre “recordes de investimento”. Que investimento é esse que não chega na ponta, não melhora o serviço e que custa a dignidade dos trabalhadores?

O Sindieletro seguirá firme, denunciando cada contradição, cobrando transparência e defendendo uma Cemig pública, eficiente e comprometida com os direitos da classe trabalhadora e com o povo mineiro. A farsa precisa ser desmascarada!