
Enquanto no Brasil o Congresso Nacional tenta dificultar a participação popular e o conservadorismo promove o ódio nas redes sociais, o Papa Francisco assume a vanguarda exaltando a luta dos trabalhadores. O líder religioso recebeu no Vaticano, na Itália, 90 líderes populares de 40 países para um encontro mundial dos movimentos populares, realizado de 27 a 29 de outubro.
Perante trabalhadores terceirizados e da economia informal, migrantes, indígenas, sem terra e sem casa, o Papa criticou o “império do dinheiro” e disse que a luta popular é necessária para levar “a dignidade humana para o centro: que sobre esse pilar se construam as estruturas sociais alternativas de que precisamos”.
Papa Francisco apelou à defesa direta dos direitos dos trabalhadores e das suas famílias. “Digamos juntos, de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”. O Papa pediu que se mantenha viva a vontade de construir um mundo melhor. Jesus, acrescentou, chamaria “hipócritas” aos que abordam o “escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção” para procurar fazer dos pobres “seres domesticados e inofensivos”.
A presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, participou do encontro e destaca a importância da iniciativa do Papa para globalizar as lutas e a esperança da classe trabalhadora, especialmente no Brasil, que vive conjuntura desafiadora para movimentos populares. “Agora o Papa sabe das nossas lutas”, comemorou.